sexta-feira, 18 de junho de 2010

Serra e sua declaração sobre a Bolívia

Vergonhosa declaração do candidato.
Leia com detalhes abaixo.
Fonte: Folha.com

26/05/2010-16h31
Serra diz que governo boliviano é cúmplice do tráfico de cocaína para o Brasil

SÉRGIO TORRES
DO RIO
FLÁVIA MARREIRO
DE BOGOTÁ

Atualizado às 20h10.


O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, disse nesta quarta-feira no Rio que o governo da Bolívia é "cúmplice" do tráfico de cocaína para o Brasil.

Serra disse isso em entrevista ao programa "Se Liga, Brasil", de Roberto Canázio, na rádio Globo, quando falava sobre a ideia de criar um Ministério da Segurança Pública caso ele seja eleito sucessor do presidente Lula.

"A cocaína vem de 80% a 90% da Bolívia, que é um governo amigo, não é? Você acha que a Bolívia iria exportar 90% da cocaína consumida no Brasil sem que o governo de lá fosse cúmplice? Impossível. O governo boliviano é cúmplice disso. Quem tem que enfrentar esta questão? O governo federal."

Depois do programa, questionado pelos jornalistas, o pré-candidato do PSDB afirmou que o governo boliviano faz "corpo mole" ao permitir que, "de 80%, 90%" da cocaína que entra no Brasil venha "via Bolívia".

"É um problema de bom senso. Você acha que poderia entrar toda essa cocaína no Brasil sem que o governo boliviano fizesse, pelo menos, corpo mole? Eu acho que não", disse Serra, que definiu a afirmação sobre a suposta conivência do governo do presidente Evo Morales com o tráfico de drogas como "uma análise": "Eu não fiz uma acusação".

Para Serra, o que afirmou sobre a Bolívia não é motivo para um incidente diplomático: "Por quê? A melhor coisa diplomática é o governo da Bolívia passar a combater ativamente a entrada de cocaína no Brasil, não apenas o Brasil combater", afirmou.

A necessidade de o Brasil combater o narcotráfico nas fronteiras foi citada pelo tucano como uma das razões para criar um ministério para a área de segurança. "Estou falando de coisas que nós podemos fazer. Com relação ao governo boliviano, nós não podemos obrigar. Estou apenas registrando isso", disse.

O ministro da Presidência da Bolívia, Oscar Coca, reagiu às declarações. "Ele não tem nada que falar. Se possui provas, que as mostre, senão o cúmplice é ele", afirmou.

Serra disse, caso eleito, poderá propor mudanças na Constituição para que a União amplie sua responsabilidade na área de segurança, hoje tarefa dos Estados, caso alguém queira "impugnar a participação mais ativa da União" nessa área.

"Se for necessário a gente altera a Constituição e põe como responsabilidade compartilhada. Para a família brasileira quais são as duas coisas mais importantes para a vida: a segurança e a saúde. Não acredito que alguém se oponha a isso", declarou.

Serra saiu da sede da rádio na Glória e seguiu para a rua do Catete, onde abraçou pedestres, apertou mãos e ouviu aplausos e gritos com os nomes das adversárias Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV). De metrô, partiu da estação Largo do Machado e voltou para a Glória, onde conversou com o cardeal d. Orani Tempesta por 40 minutos, na Arquidiocese do Rio.

Nenhum comentário: