"Paranóia eleitoreira"
Tenho um grande amigo, atualmente morando em Curitiba, que assim como eu é apaixonado pela América Latina. No caso dele, o sentimento está exposto em seu DNA; brasileiro, filho de pai paraguaio e mãe boliviana. Fico imaginando como ele deve ter recebido o festival de generalizações, proporcionado por aqueles que são "entorpecidos" pelo poder, e que acreditam serem os porta-vozes da moral, os anjos da guarda das "tradições e dos costumes".
"Viciada" em polêmica e discussões carregadas de supostas "bandeiras", a grande mídia inflamou o debate sobre o tráfico de drogas nas últimas semanas, levada pelas declarações de um letrado presidenciável, que se mostrou um "especialista" na questão e que até pouco tempo, governava o Estado conhecido como a "Disneylândia dos crackers".
O cidadão, num "pico" [com o perdão do trocadilho] de "genialidade", descobriu a roda, ou melhor, os problemas da fronteira com a Bolívia, apontando o "índio malvado", como o "genuíno destruidor da juventude brasileira". Em seu ataque deliberado à nação a qual ele acredita ser apenas uma "grande aldeia", o especialista ignorou por completo ou mostrou desconhecer a cultura milenar dos povos andinos, referente ao cultivo e produção da folha de coca, mesmo depois do ex-goleiro Zetti ter entrado naquela fria ao tomar aquele "chazinho" em Cochabamba.
Pressionado por seus pares, nosso candidato "cara pálida" acabou agindo de forma irresponsável ao generalizar a comunidade boliviana com sua intransigência eleitoreira. O presidenciável ? que acredita que o problema da droga está relacionado com repressão e não com educação ? deve saber que até os anos 40 a cocaína era vendida em farmácias, muito antes do "índio mau" ser o manda-chuva da aldeia vizinha. Também deve saber que a maconha só foi proibida a partir dos anos 20 nos EUA devido ao lobby contrário às indústrias de fibra do cânhamo, para conter o uso nas comunidades negras (as únicas que usavam a erva até então).
Como se mostra um especialista, ele esqueceu-se de citar que a Bolívia consome muito menos drogas do que qualquer país "desenvolvido", ou que o próprio Brasil. O Relatório Mundial sobre Drogas, de 2009, aponta também que os bolivianos perdem em termos de exportações da pasta de coca para países como o Peru, do Garcia, e a Colômbia, da "santidade" Uribe, a exceção "limpa e sóbria" de nossa América espanhola em meio aos "ditadores comedores de criancinhas espalhados por aí (sic)". O cara pálida esqueceu-se do diminuto detalhe que grande parte da droga que chega ao Brasil pela fronteira com a Bolívia, vem de outros países.
Voltando a meu amigo, citado no parágrafo inicial, graças a ele conheço um pouco dos costumes do povo boliviano, muito mais "morais" do que de muitos "moralistas" que cuspiram seus juízos de valores após as "sábias" palavras do presidenciável. A impressão que nos deu é que há oito anos, nossas fronteiras eram verdadeiros paraísos, que se transformaram num passe de mágica em "Gomorra", pela simples relação entre dois governos.
O cara pálida, com pose de xerife, e que faz uma campanha que não empolga nem seus pares, quis apimentá-la com uma pitada de preconceito dissimulado, que inflamou o debate entre "esquerdopatas" e "esquerdofóbicos". Ironicamente, o presidenciável usou do radicalismo para atrair o conservadorismo de uma elite nacionalista ao extremo, que acredita que integração latino-americana, que Mercosul, são papos de "curumim com penacho".
Por ser contrário a uma política externa que vem apresentando resultados positivos, o "xerifão" mostrou sua face elitista e preconceituosa. Além disso, caiu no clichê apelativo de fazer do discurso sobre as drogas uma bandeira eleitoreira. Os "moralistas de carteirinha" usam a velha prática de se fabricar demônios e inimigos públicos. No caso do presidenciável, assim como no Velho Oeste, sobrou para o "índio malvado".
Enfim, o "socialdemocrata" ignorou o fato que a repressão por si só, como fato isolado, só faz o tráfico e o consequente preço da droga, subir, aumentando assim o lucro da atividade. Sedento por uma dose de poder em suas veias, ele tentou fazer do tráfico seu palanque, sem nenhuma sobriedade, como mera "paranóia eleitoral".
O cidadão, num "pico" [com o perdão do trocadilho] de "genialidade", descobriu a roda, ou melhor, os problemas da fronteira com a Bolívia, apontando o "índio malvado", como o "genuíno destruidor da juventude brasileira". Em seu ataque deliberado à nação a qual ele acredita ser apenas uma "grande aldeia", o especialista ignorou por completo ou mostrou desconhecer a cultura milenar dos povos andinos, referente ao cultivo e produção da folha de coca, mesmo depois do ex-goleiro Zetti ter entrado naquela fria ao tomar aquele "chazinho" em Cochabamba.
Pressionado por seus pares, nosso candidato "cara pálida" acabou agindo de forma irresponsável ao generalizar a comunidade boliviana com sua intransigência eleitoreira. O presidenciável ? que acredita que o problema da droga está relacionado com repressão e não com educação ? deve saber que até os anos 40 a cocaína era vendida em farmácias, muito antes do "índio mau" ser o manda-chuva da aldeia vizinha. Também deve saber que a maconha só foi proibida a partir dos anos 20 nos EUA devido ao lobby contrário às indústrias de fibra do cânhamo, para conter o uso nas comunidades negras (as únicas que usavam a erva até então).
Como se mostra um especialista, ele esqueceu-se de citar que a Bolívia consome muito menos drogas do que qualquer país "desenvolvido", ou que o próprio Brasil. O Relatório Mundial sobre Drogas, de 2009, aponta também que os bolivianos perdem em termos de exportações da pasta de coca para países como o Peru, do Garcia, e a Colômbia, da "santidade" Uribe, a exceção "limpa e sóbria" de nossa América espanhola em meio aos "ditadores comedores de criancinhas espalhados por aí (sic)". O cara pálida esqueceu-se do diminuto detalhe que grande parte da droga que chega ao Brasil pela fronteira com a Bolívia, vem de outros países.
Voltando a meu amigo, citado no parágrafo inicial, graças a ele conheço um pouco dos costumes do povo boliviano, muito mais "morais" do que de muitos "moralistas" que cuspiram seus juízos de valores após as "sábias" palavras do presidenciável. A impressão que nos deu é que há oito anos, nossas fronteiras eram verdadeiros paraísos, que se transformaram num passe de mágica em "Gomorra", pela simples relação entre dois governos.
O cara pálida, com pose de xerife, e que faz uma campanha que não empolga nem seus pares, quis apimentá-la com uma pitada de preconceito dissimulado, que inflamou o debate entre "esquerdopatas" e "esquerdofóbicos". Ironicamente, o presidenciável usou do radicalismo para atrair o conservadorismo de uma elite nacionalista ao extremo, que acredita que integração latino-americana, que Mercosul, são papos de "curumim com penacho".
Por ser contrário a uma política externa que vem apresentando resultados positivos, o "xerifão" mostrou sua face elitista e preconceituosa. Além disso, caiu no clichê apelativo de fazer do discurso sobre as drogas uma bandeira eleitoreira. Os "moralistas de carteirinha" usam a velha prática de se fabricar demônios e inimigos públicos. No caso do presidenciável, assim como no Velho Oeste, sobrou para o "índio malvado".
Enfim, o "socialdemocrata" ignorou o fato que a repressão por si só, como fato isolado, só faz o tráfico e o consequente preço da droga, subir, aumentando assim o lucro da atividade. Sedento por uma dose de poder em suas veias, ele tentou fazer do tráfico seu palanque, sem nenhuma sobriedade, como mera "paranóia eleitoral".
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