terça-feira, 25 de maio de 2010

Sobre Dio e cantores gospel

O seguinte texto é de autoria de Digão e está no blog Genizah.

Reflexões sobre a morte de Dio

Na semana passada morreu o cantor Ronnie James Dio. Para muitos, um desconhecido. Mas, para quem gosta de rock, principalmente heavy metal, sabe que Dio era simplesmente o cara. Com uma carreira extensa, começando com a banda Elf, seguindo depois para o Rainbow de Ritchie Blackmore, sua fama explodiu mesmo quando substituiu Ozzy Osbourne no Black Sabbath. Saindo da banda, montou uma que levava seu nome, gravando com muita gente em projetos paralelos. Para quem não sabe, gravou até mesmo com Kerry Livgren, guitarrista do Kansas que se converteu e montou a banda AD. Dio pode ser achado no CD de Livgren Seeds of change, cantando To live for the King. Uniu-se novamente aos antigos companheiros do Sabbath, no projeto Heaven and Hell. Ficou famoso também por ter popularizado o sinal do chifrinho que, Segundo ele, aprendeu com sua avó italiana, como um modo de se proteger contra o mau-olhado. Nos anos 80, inspirado pelo USA for Africa, monta o projeto Hear’n’Aid, para levantar fundos para o combate à fome naquele continente. Testemunhas dizem que Dio era um sujeito sempre cortês e gentil. Um gentleman, sem afetações e chiliques de estrelismo, tão próprios de rockstars. Um bando de lunáticos de Westboro, Estados Unidos, quer fazer um protesto no enterro de Dio.


O que me faz meditar não é sua longa carreira (morreu com 67 anos) e nem sua incrível potência vocal. O que me faz meditar é o paradoxo entre a cortesia de Dio em vida e a imbecilidade de Fred Phelps, mentor da “Igreja” (sic) Batista de Westboro, mentor do protesto anti-Dio. Também fico meditando como um homem pretensamente ímpio, como foi Dio, teve uma atitude perante a vida muito mais digna que muitos de nossas estrelinhas, starlets e wannabes gospelentos – recentemente, conversando com um irmão, ele me contou que certa cantora gospel cobrou R$ 30.000 para vir cantar em sua cidade. E o que fica pior, segundo esse mesmo irmão, é que tal cantora, assim como outros cantores gospel, não veio somente em sua cidade, mas fez uma pequena turnê em algumas cidades de Rondônia. Sempre cobrando 30 pilas em cada local. Bom, pelo menos ela não veio cantar usando playback, como alguns cantores que conheço, e que logo, logo, despontarão para o anonimato merecido...


Ou seja, Dio cantava sobre magos, bruxos, dragões, essas coisas. Nossos cantores gospel cantam sobre um deus que dá vitória em qualquer situação, já que foi “provocado” em seu sistema de freios e contrapesos cósmico – as famosas, e até hoje inexplicadas, leis do mundo espiritual. A semelhança que vejo entre Dio e nossos cantores gospel é que magos, bruxos, dragões e um deus obrigado a dar vitória pertencem à mesma categoria literária: ficção. Mas, infelizmente, Dio, o homem ímpio, teve uma vida muito mais impactante que muito “ministro” gospel. Duros os nossos dias!

Digão não crê em bruxas, fadas, dragões ou no deus bobalhão apregoado pela mídia gospel. Mas crê no Deus verdadeiro revelado na Bíblia.

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